BRASILIA, 22 de mar de 2005 às 19:46
Permitir aborto em casos de violência sexual, usar as chamadas pílulas do dia seguinte e educar jovens sobre sexualidade, tem sido as principais ações da nova política de planejamento familiar do Ministério da Saúde. O Bispo Dom Rafael Llano Cifuentes, presidente da Comissão Episcopal Vida e Família da CNBB, declarou a esse respeito que "é uma política de perversão", e tais medidas são completamente desastrosas. "Uma barbaridade geral. É simplesmente perverter a juventude", diz.
O Ministério da Saúde lança hoje, dia 22, uma política que inclui disponibilizar em todos os hospitais da rede pública de saúde a ampliação da oferta dos métodos anticoncepcionais como pílulas, diafragmas e dispositivo intra-uterino (DIU). Além disso, irá facilitar o acesso a métodos de esterilização, como a ligadura de trompas. As técnicas de reprodução in vitro também serão mais difundidas e será garantido o atendimento médico para abortos em caso de violência sexual, sem a necessidade de apresentar nenhuma comprovação.
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Dom Rafael explica que a Igreja compreende que o estupro é um problema grave, mas recorrer ao aborto ou ao uso de pílulas do dia seguinte em decorrência da violência não resolvem a questão. "É muito mais profundo. Precisamos de educação sexual sadia", afirma o prelado.A pílula do dia seguinte não é preventiva e sim abortiva, e esclarece: "O óvulo fecundado vai se desprender e, portando, vai haver a morte de um ser humano".
As novas políticas de planejamento familiar promovidas pelo governo brasileiro são consideradas pela CNBB um "desregramento moral". O bispo indicou que a educação sexual para jovens de 12 anos de idade, por exemplo, poderá induzi-las a se tornarem futuras prostitutas. "É como dizer: não tem problema, vocês podem ter uma vida sexual ativa, o governo garante que vocês não vão ficar grávidas". Entretanto, assinala que a proposta de incentivar a abstinência sexual e uma campanha positiva, que pregue a castidade provoca nada mais que gargalhadas no Brasil.